sábado, 10 de janeiro de 2009

Recordando o Pr. Soren


Um centenário é uma efeméride que sempre nos traz reminiscências. Está findando o ano e não quero deixar de fazer referência ao Centenário do pr. João Filson Soren, este ícone importantíssimo não só dos batistas brasileiros, mas também de todos os evangélicos. Neste artigo, desejo ressaltar o quanto o admirávamos. A PIB do Rio comemorou o Centenário de nascimento do dr. Soren, tendo pregado naquela ocasião o pr. Israel Belo de Azevedo.

Admirava-se-lhe seu porte correto no púlpito. Diz-se que bastava Joaquim Nabuco levantar-se para discursar, e já era um exórdio cativante. É que sua figura atraente, sua imponência, faziam-no respeitado e acatado. Soren era assim. Sua postura no púlpito dava-lhe solenidade e respeito. Seus sermões eram sempre profundos e cheios de unção.

Admirava-se-lhe também a voz metálica, a eloqüência e a retórica. Era grande ledor de Rui Barbosa, o primoroso orador, cuja palavra inflamava as multidões. Soren arrebatava. Quando a Aliança Batista Mundial comemorou, em 1955, em Londres, o seu cinqüentenário, Soren foi o orador da solenidade. Os que o ouviram encantaram-se com a mensagem. Foi também o orador da Aliança quando comemorou seu centenário, em Londres, fazendo o Coronation Adress.

Admirava-se-lhe como professor. Ele pontificou como mestre que sabia não só transmitir conhecimentos que lhe cabia apresentar, mas também como mestre que impregnava a mente e a alma do discípulo de ideais alcandorados, deixando-os com marcas indeléveis de sua forte personalidade.

Admirava-se-lhe o seu acendrado patriotismo. Foi ele o primeiro capelão evangélico brasileiro a seguir com a FEB para a Segunda Guerra Mundial. Sua atuação ali entre os nossos “pracinhas” foi de grande importância. Sua contribuição à FEB foi muito relevante. Ao retornar, criou, com os veteranos de guerra a organização CONFRATEX, que até hoje existe. Dois marechais, reconhecendo sua grande obra, teceram-lhe muitos elogios que foram publicados em documentos do Exército Brasileiro.

Admirava-se-lhe a liderança nata, segura, brilhante. Foi, por 11 vezes, presidente da Convenção Batista Brasileira. Foi reitor do Seminário do Sul, por quatro anos. Em 1960, foi eleito presidente da Aliança Batista Mundial e foi o grande intérprete de Billy Graham, no Maracanã, naquela ocasião.

E, por remate, devo ressaltar aqui a vida que foi gasta, por 50 anos, como pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, deixando um exemplo eloqüente de pastor autêntico que podia se inspirar no hino “Olhando para Cristo” (CC 570), de sua lavra, cujo estribilho cantamos sempre.

“Olhando para Cristo, grande autor da Salvação, Prossigo, pois avisto soberano galardão. De Deus ministro me revisto do poder do meu Senhor para servi-lo com todo ardor.”

Que a memória do pr. Soren, que nos é tão grata, seja sempre preservada e honrada por quantos tiveram a ventura de conviver com ele.



EBENÉZER SOARES FERREIRA

Secretário executivo da ABIBET, diretor geral do STB de Niterói (RJ)


ebenezersf@uol.com.br

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